domingo, 29 de março de 2009



Mundo grande (Poema da obra Sentimento do mundo), de Carlos Drummond de Andrade


Nao, meu coração não é maior que o mundo.
Ê muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo.
Por isso me grito,
por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos.

Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.

Tu sabes como é grande o mundo.
Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.
Viste as diferentes cores dos homens.
as diferentes dores dos homens.
sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
num só peito de homem... sem que elo estale.

Fecha os olhos e esquece.
Escuta a água nos vidros,
tão calma. Não anuncia nada.
Entretanto escorre nas mãos,
tão calma! vai’ inundando tudo...
Renascerão as cidades submersas?
Os homens submersos —— voltarão?
Meu coração não sabe.
Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.
Só agora descubro
como é triste ignorar certas coisas.
(Na solidão de invidíduo
desaprendi a linguagem
com que homens se comunicam.)

Outrora escutei os anjos,
as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei voz de gente.
Em verdade sou muito pobre.

Outrora viajei
países imaginários, fáceis de habitar.
ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e convocando ao suicídio

Meus amigos foram às ilhas.
Ilhas perdem o homem.
Entretanto alguns se salvaram e
trouxeram a notícia
de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias,
entre o fogo e o amor.

Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo,
meu coração cresce dez metros e explode.
— Ó vida futura! nós te criaremos

Fonte: http://www.passeiweb.com/

quinta-feira, 26 de março de 2009

Noturno



Debussy, Clair de lune

Ariano Suassuna

Têm para mim Chamados de outro mundo
as Noites perigosas e queimadas,
quando a Lua aparece mais vermelha
São turvos sonhos, Mágoas proibidas,
são Ouropéis antigos e fantasmas
que, nesse Mundo vivo e mais ardente
consumam tudo o que desejo Aqui.

Será que mais Alguém vê e escuta?

Sinto o roçar das asas Amarelas
e escuto essas Canções encantatórias
que tento, em vão, de mim desapossar.

Diluídos na velha Luz da lua,
a Quem dirigem seus terríveis cantos?

Pressinto um murmuroso esvoejar:
passaram-me por cima da cabeça
e, como um Halo escuso, te envolveram.
Eis-te no fogo, como um Fruto ardente,
a ventania me agitando em torno
esse cheiro que sai de teus cabelos.

Que vale a natureza sem teus Olhos,
ó Aquela por quem meu Sangue pulsa?

Da terra sai um cheiro bom de vida
e nossos pés a Ela estão ligados.
Deixa que teu cabelo, solto ao vento,
abrase fundamente as minhas mão...

Mas, não: a luz Escura inda te envolve,
o vento encrespa as Águas dos dois rios
e continua a ronda, o Som do fogo.

Ó meu amor, por que te ligo à Morte?

http://www.releituras.com

quarta-feira, 25 de março de 2009

À Espera de um Milagre (The Green Mile)


Elenco: Tom Hanks (Paul Edgecomb); James Cromwell (Hal Moores); Michael Duncan (John Coffey); Bonnie Hunt (Jan Edgecomb).
Direção: ---
Gênero: Drama
Distribuidora: Warner
Estreia: 1999
Sinopse: O filme se passa em 1930, no corredor da morte de uma prisão, À espera de um milagre, baseado na obra de Stephen King, é a história entre o chefe de guarda da prisão (Tom Hanks) com um de seus prisioneiros (Michael Clarke Duncan). Aos poucos, desenvolve-se entre eles uma relação incomum, baseada na descoberta de que o prisioneiro possui um dom mágico que é, ao mesmo tempo, misterioso e milagroso.
Uma das cenas que mais me emocionam no filme é quando Paul (Tom hanks) realiza o maior desejo de John Coffey (Michael Duncam) , assistir a um filme e durante o filme John fica extasiado e diz sobre Fred e Ginger:
"Anjos, eles são como anjos." Sou obrigada a concordar com ele, O casal Fred Astaire e Ginger Rogers possuem uma química perfeita. Li que os dois se odiavam na vida real, mas que importância tem isso, diante da beleza que vemos em cenas mágicas como esta. Um filme dentro de outro filme, duas histórias maravilhosas contadas por gente que sabe contar uma bela história.

Cheek to Cheek - Fred Astaire & Ginger Rogers 1935



Paraíso
eu estou no paraíso
E meu coração bate tanto que mal posso falar
E eu pareço encontrar a felicida que eu procurei
Quando nós estamos juntos lá fora dançando de rostos colados

Paraíso
eu estou no paraíso
E os cuidados que me prenderam durante a semana
Parecem desaparecer como um golpe de sorte em uma loteria

Oh! Eu amo e amo subir uma montanha
E alcançar o pico mais alto
Mas isto não me emociona metade do tanto quanto dançar de rosto colado

Oh! Eu amo sair para pescar
Em um rio ou riacho
mas eu não me divirto metade do tanto quanto danço de rosto colado

Dance comigo
Eu quero meus braços ao teu redor
Este encanto ao meu redor
Me conduzirá ao...

Paraíso
eu estou no paraíso
E meu coração bate tanto que mal posso falar
E eu pareço encontrar a felicida que eu procurei
Quando nós estamos juntos lá fora dançando de rostos colados

Dance comigo
Eu quero meus braços ao teu redor
Este encanto ao meu redor
Me conduzirá ao...

Paraíso
eu estou no paraíso
E meu coração bate tanto que mal posso falar
E eu pareço encontrar a felicida que eu procurei
Quando nós estamos juntos lá fora dançando de rostos colados

Tradução da letra: Irving Berlim
Filmografia: http://www.cinepop.com.br/filmes

segunda-feira, 23 de março de 2009

Os bonecos de barro



POR CLARICE LISPECTOR

O que ela amava acima de tudo era fazer bonecos de barro — o que ninguém lhe ensinara. — Trabalhava numa pequena calçada de cimento em sombra, junto à última janela do porão. Quando queria com muita força ia pela estrada até ao rio. Numa de suas margens, escalável embora escorregadia, achava-se o melhor barro que alguém poderia desejar: branco, maleável, pastoso: frio. Só em pegá-lo, em sentir sua frescura delicada, alegrezinha e cega, aqueles pedaços timidamente vivos, o coração da pessoa se enternecia úmido quase ridículo. Virgínia cavava com os dedos aquela terra pálida e lavada — na lata presa à cintura iam se reunindo os trechos amorfos. O rio em pequenos gestos molhava-lhe os pés descalços e ela mexia os dedos úmidos com excitação e clareza. As mãos livres, ela então cuidadosamente galgava a margem até a extensão plana . No pequeno pátio de cimento depunha a sua riqueza. Misturava o barro à água, as pálpebras frementes de atenção — concentrada, o corpo à escuta, ela podia obter uma porção exata de barro e de água numa sabedoria que nascia naquele mesmo instante, fresca e progressivamente criada. Conseguia uma matéria clara. e tenra de onde se poderia modelar um mundo.

Como, como explicar o milagre... Ela se amedrontava pensativa. Nada dizia, não se movia, mas interiormente sem nenhuma palavra repetia: Eu não sou nada, não tenho orgulho, tudo me pode acontecer; se quiser, me impedirá de fazer a massa de barro; se quiser, pode me pisar, me estragar tudo; eu sei que não sou nada. Era menos que uma visão, era uma sensação no corpo, um pensamento assustado sobre o que lhe permita conseguir tanto barro e água e diante de quem ela devia humilhar-se com seriedade . Ela lhe agradecia com uma alegria difícil, frágil e tensa; sentia em alguma coisa como o que não se vê de olhos fechados. Mas o que não se vê de olhos fechados tem uma existência e uma força, como o escuro, como a ausência — compreendia-se ela, assentindo feroz e muda com a cabeça. Mas nada sabia de si, passaria inocente e distraída pela sua realidade sem reconhecê-la; como uma criança, como uma pessoa.

Depois de obtida a matéria, numa queda de cansaço ela poderia perder a vontade de fazer bonecos. Então ia vivendo para a frente como uma menina.

Um dia, porém, sentia seu corpo aberto e fino, e no fundo uma serenidade que não se podia conter, ora se desconhecendo, ora respirando trêmula de alegria, as coisas incompletas. Ela mesma insone como luz — esgazeada, fugaz, vazia, mas no íntimo um ardor que era vontade de guiar-se a uma só coisa, um interesse que fazia o coração acelerar-se sem ritmo... de súbito, como era vago viver. Tudo isso também poderia passar, a noite caindo repentinamente, a escuridão fresca sobre o dia morno.

Mas às vezes ela se lembrava do barro molhado, corria alegre e assustada para o pátio: mergulhava os dedos naquela mistura fria, muda e constante como uma espera; amassava, amassava, aos poucas ia extraindo formas. Fazia crianças, cavalos, uma mãe com um filho, uma mãe sozinha, uma menina fazendo coisas de barro, um menino descansando, uma menina contente, uma menina vendo se ia chover, uma flor, um cometa de cauda salpicada de areia lavada e faiscante, uma flor murcha com sol por cima, o cemitério do Brejo Alto, uma moça olhando... Muito mais, muito mais. Pequenas formas que nada significavam, mas que eram na realidade misteriosas e calmas. Às vezes alta como uma árvore alta, mas não eram árvores, m:to eram nada...Ás vezes um pequeno objeto de forma quase estrelada, mas sério e cansado como uma pessoa. Um trabalho que jamais acabaria, isso era o que de mais bonito e atento ela já soubera. Pois se ela podia fazer o que existia e o que não existia!...

Depois de prontos, os bonecos eram colocados ao sol. Ninguém lhe ensinara, mas ela os depositava nas manchas de sol no chão, manchas sem vento nem ardor. O barro secava mansamente, conservava o tom claro, não enrugava, não rachava. mesmo quando seco parecia delicado, evanescente e úmido. E ela própria podia confundi-lo com o barro pastoso. As figurinhas assim, pareciam rápidas, quase como se fossem se desmanchar — e isso era como se elas fossem se movimentar. Olhava para o boneco imóvel e mudo. Por amor ou apenas prosseguindo o trabalho ela fechava os olhos e se concentrava numa força viva e luminosa, da qualidade do perigo e da esperança, numa força de sede que lhe percorria o corpo celeremente com um impulso que se destinava à figura. Quando, enfim, se abandonava, seu fresco e cansado bem-estar vinha de que ela podia enviar, embora não soubesse o que, talvez. Sim ela às vezes possuía um gosto dentro do corpo, um gosto alto e angustiante que tremia entre a força e o cansaço — era um pensamento como sons ouvidos, uma flor no coração: Antes que ele se dissolvesse, maciamente rápido, no seu ar interior, para sempre fugitivo, ela tocava com os dedos num objeto, entregando-o. E, quando queria dizer algo que vinha fino, obscuro e liso — e isso poderia ser perigoso — ela encostava um dedo apenas, um dedo pálido, polido e transparente, um dedo trêmulo de direção. No mais agudo e doído do seu sentimento ela pensava: Sou feliz. Na verdade, ela o era nesse instante, e se em vez de pensar: Sou feliz, procurava o futuro, era porque, obscuramente, escolhia um movimento para a frente que servisse de forma à sua sensação.

Assim juntara uma procissão de coisas miúdas. Quedavam-se quase despercebidas no seu quarto. Eram bonecos magrinhos e altos como ela mesma. Minuciosos, ligeiramente desproporcionados, alegres, um pouco perplexos — às vezes, subitamente, pareciam um homem coxo rindo. Mesmo suas figurinhas mais suaves tinham uma imobilidade atenta como a de um santo. E pareciam inclinar-se, para quem as olhava, também como os santos. Virgínia podia fitá-las uma manhã inteira, que seu amor e sua surpresa não diminuiriam.

— Bonito... bonito como uma coisinha molhada, dizia ela excedendo-se num ímpeto imperceptível e doce.

Ela observava: mesmo bem acabados, eles eram toscos como se pudessem ainda ser trabalhados. Mas vagamente, ela pensava que nem ela nem ninguém poderia tentar aperfeiçoá-los sem destruir sua linha de nascimento . Era como se eles só pudessem se aperfeiçoar por si mesmos, se isso fosse possível.

As dificuldades surgiam como uma vida que vai crescendo. Seus bonecos, pelo efeito do barro claro, eram pálidos. Se ela queria sombreá-los não o conseguia com o auxílio da cor, e por força dessa deficiência aprendeu a lhes dar sombra ainda por meio de forma. Depois inventou uma liberdade: com uma folhinha seca sob um fino traço de barro conseguia um vago colorido, triste assustada quase inteiramente morto. Misturando barro à terra, obtinha ainda outro material menos plástico, porém mais severo e solene. MAS COMO FAZER O CÉU? Nem começar podia! Não queria nuvens — o que poderia obter, pelo menos grosseiramente — mas o céu, o céu mesmo, com sua existência, cor solta, ausência de cor. Ela descobriu que precisava usar uma matéria mais leve que não pudesse sequer ser apalpada, sentida, talvez apenas vista, quem sabe! Compreendeu que isso ela conseguiria com tintas.

E às vezes numa queda, como se tudo se purificasse, ela se contentava em fazer uma superfície lisa, serena, unida, numa simplicidade fina e tranqüila.


O texto acima foi publicado na revista "Nordeste" (Ano XIII, nº 2, julho de 1960, Recife-PE) e consta do romance "O Lustre", publicado em 1946. Foi extraído de reprodução feita pela Oficina do Livro Rubens Borba de Moraes, produção editorial de Giordanus - São Paulo, maio de 2003, sendo mais uma colaboração de João Antônio Bührer e seus "Arquivos Implacáveis".

Não há identificação do autor das ilustrações, que serão talvez de Ladjane que, com Esmaragdo Marroquim, assume a direção da revista. Declinam-se também M.Bandeira, José Cláudio e Karl Plattner como ilustradores do exemplar utilizado.

A vida e a obra de Clarice Lispector estão em "Biografias".

domingo, 22 de março de 2009

Conclusões de Aninha


Estavam ali parados. Marido e mulher.
Esperavam o carro. E foi que veio aquela da roça
tímida, humilde, sofrida.
Contou que o fogo, lá longe, tinha queimado seu rancho,
e tudo que tinha dentro.
Estava ali no comércio pedindo um auxílio para levantar
novo rancho e comprar suas pobrezinhas.

O homem ouviu. Abriu a carteira tirou uma cédula,
entregou sem palavra.
A mulher ouviu. Perguntou, indagou, especulou, aconselhou,
se comoveu e disse que Nossa Senhora havia de ajudar
E não abriu a bolsa.
Qual dos dois ajudou mais?

Donde se infere que o homem ajuda sem participar
e a mulher participa sem ajudar.
Da mesma forma aquela sentença:
"A quem te pedir um peixe, dá uma vara de pescar."
Pensando bem, não só a vara de pescar, também a linhada,
o anzol, a chumbada, a isca, apontar um poço piscoso
e ensinar a paciência do pescador.
Você faria isso, Leitor?
Antes que tudo isso se fizesse
o desvalido não morreria de fome?
Conclusão:
Na prática, a teoria é outra.

Cora Coralina

sábado, 21 de março de 2009

AMIGO É PRÁ ESSAS COISAS



música de Silvio da Silva Jr. e Aldir Blanc
na voz de MPB-4

Clip feito por Taís Marinho

- Salve!
- Como é que vai?
- Amigo, há quanto tempo!
- Um ano ou mais...
- Posso sentar um pouco?
- Faça o favor
- A vida é um dilema
- Nem sempre vale a pena...
- Pô...
- O que é que há?
- Rosa acabou comigo
- Meu Deus, por quê?
- Nem Deus sabe o motivo
- Deus é bom
- Mas não foi bom pra mim
- Todo amor um dia chega ao fim
- Triste
- É sempre assim
- Eu desejava um trago
- Garçom, mais dois
- Não sei quando eu lhe pago
- Se vê depois
- Estou desempregado
- Você está mais velho
- É
- Vida ruim
- Você está bem disposto
- Também sofri
- Mas não se vê no rosto
- Pode ser...
- Você foi mais feliz
- Dei mais sorte com a Beatriz
- Pois é
- Pra frente é que se anda
- Você se lembra dela?
- Não
- Lhe apresentei
- Minha memória é fogo!
- E o l´argent?
- Defendo algum no jogo
- E amanhã?
- Que bom se eu morresse!
- Prá quê, rapaz?
- Talvez Rosa sofresse
- Vá atrás!
- Na morte a gente esquece
- Mas no amor agente fica em paz
- Adeus
- Toma mais um
- Já amolei bastante
- De jeito algum!
- Muito obrigado, amigo
- Não tem de quê
- Por você ter me ouvido
- Amigo é prá essas coisas
- Tá...
- Tome um cabral
- Sua amizade basta
- Pode faltar
- O apreço não tem preço, eu vivo ao Deus dará...

A Paz

A paz invadiu o meu coração
De repente me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais

A paz fez um mar da revolução
Invadiu meu destino... A paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer um Japão na paz

Eu pensei em mim, eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição só a guerra faz
Nosso amor em paz

Eu vim, vim parar na beira do cais
Aonde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos ais

A paz invadiu o meu coração...

A paz fez um mar da revolução.

(GILBERTO GIL)..

TEMPO DE MENINO



Ainda não falei do entardecer

Depois que o sol esconde

Atrás das dunas de areia

A lua aparece sobre o mar

Harmonizando o canto das sereias


Ainda não falei do tempo de menino

A criança tão feliz que eu era

Encantado olhava as borboletas

Bailando sobre as flores

Nas manhãs de primavera


Ainda não falei da mãezinha

Rosto sereno e sincero

O pai feliz dava risadas

Ensinou-me que essência do labor

A obrigação da tarefa terminada


Ainda não falei dos dias de hoje

Só falei dos dias de outrora

Saudade porque não voltam mais

Quando a natureza dadivosa sorria

Exuberante em seus mananciais


Ainda não falei do tempo de menino

A criança tão feliz que eu era

Encantado olhava as borboletas

Bailando sobre as flores

Nas manhãs de primavera



Letra e musica do poeta

Moacir Cardoso da Silveira o Cancioneiro da Lua

Maringá, Paraná, Brasil. 28 de novembro de 2008.

sexta-feira, 20 de março de 2009

NOSALAI - POETISA


Me encantei por ela. Seus poemas são rasgos, que deixam entrever nos versos, pedaços de sua alma.

ÚLTIMA CANÇÃO

Eu não tinha essa angústia
Estampada no rosto
Nem o desespero mudo
Em minhas risadas

Não tinha esses espinhos agudos
Perfurando-me os olhos
Não tinha essa vontade de morrer
Nem a tristeza do amor impossível

Não tinha a marca nem o rastro
Do tempo soltos em minha estrada
Não esperava calma outra fisgada
Me romper o peito despertando saudade
Não chorava á toa nas manhãs sofridas
Pelas horas de solidão

Não queria ter sentido
Não podia ter ouvido
Essa última canção.

Nosalai RJ 1982

quinta-feira, 19 de março de 2009

Radicalismo da fé

As memórias do livro
A Hagadá de Sarajevo



Hoje recebi um e-mail com um pedido de orações em favor dos cristãos da India. Vinte pastores já foram assassinados por budistas extremistas e as igrejas estão sob ameaças, com cristãos escondidos pelas matas.
Por coincidência acabei de ler, esta semana, o livro "As memórias do livro" de Geraldine Brooks, que conta a saga da Hagadá de Sarajevo, um manuscrito belíssimo com 500 anos de história.
Foram séculos de perseguições religiosas e o manuscrito sempre foi salvo por pessoas inteligentes, de mente aberta e que viam nas guerras ditas "santas", um crime hediondo contra a humanidade.

Não estou aqui para defender esta ou aquela religião. Todos têm direito de professar a sua fé, o que eu não aceito é o extremismo, o radicalismo, onde matar em nome de Deus é ensinado aos filhos pelos pais.

Até quando meu Deus, até quando a ignorância vai gerar tanta dor, tanto sofrimento. E não digo ignorância de cultura, mas ignorância de sabedoria, pois não é necessário banco de escola para se ser sábio. O sábio é aquele que aceita o seu irmão da forma como ele é. E sábio é aquele que não deseja ao próximo o que não deseja a si mesmo.

Todas as religiões professam o amor de Deus, por que então esse ódio?
Tenho pena dos que sentem esse ódio tão profundo, tão intenso que os levam a matar.

Clássicos com roupagem pop em um espetáculo de som, luz, cores e movimento!

Fontana bellagio - FANTÁSTICA

É só apreciar, dispensa comentários...

quarta-feira, 18 de março de 2009

Laguna SC - Anita Garibaldi, botos e baleias

Eu já andei muito por este país, já vi muitos lugares lindos, mas nenhum me conquistou tanto quanto Laguna, não é por acaso. Em Laguna além de você ver animais marinhos de várias espécies, ter praias maravilhosas e desertas na maior parte do ano, você ainda respira história. Leiam este pequeno trecho do Blog da História:

"Conhecida como a heroína dos dois mundos, Anita Garibaldi foi a esposa e companheira de aventuras do revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi. Considerada exemplo de coragem e força feminina.
A maioria dos historiadores considera o local de nascimento de Anita como Laguna, litoral Sul de Santa Catarina, mas para outros estudiosos ela teria nascido em Lages, na Serra catarinense (isto é motivo de disputa entre as cidades e gera uma simpática rivalidade).
O casal Giuseppe e Anita se conheceram por ocasião da Tomada de Laguna, episódio da Guerra dos Farrapos, onde foi proclamada a República Juliana, com sede em Laguna. Anita abandonou o marido que a maltratava para entregar-se á vida de aventuras junto com o revolucionário. Juntos, eles participaram ainda de revoltas populares no Uruguai e na Itália, por isso são conhecidos como heróis dos dois mundos."
Com a Tomada de Laguna nasce a República Juliana, também conhecida como República Catarinense, foi um estado republicano proclamado dentro do território do atual estado de Santa Catarina, em 24 de julho de 1839, e que perdurou até 15 de novembro do mesmo ano. Todo ano, por ocasião do aniversário da Tomada de Laguna é realizada na cidade uma encenação cinematográfica, com a participação de grandes artistas nacionais. Vale a pena ver o espetáculo.



Mas como já disse, Laguna é mais que história, é ecologia. Laguna faz parte do Projeto Baleia Franca que visa proteger esses fantásticos mamíferos.

Ai está o Lucas que não me deixa mentir, esta foto foi tirada no Molhes da Barra de onde se pode avistar muitas baleias na época da procriação, o litoral sul de Santa Catarina é um berçário para esta espécie. Para conhecer um pouco mais e se tornar fã de Laguna como eu, basta assistir a este lindo vídeo feito por artistas da terra.

terça-feira, 17 de março de 2009

Bolinhas musicais

Bolinhas impulsionadas pelo ar
em perfeito sincronismo, levando em
conta distância de partida e chegada
resistência do ar, gravidade,é o marco
da engenharia aeroespacial da física
contemporânea.Precisão impressionante.


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